Uma pesquisa realizada pela Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) com 53 alimentos industrializados de nove categorias diferentes mostra que 32% deles ainda contêm gordura trans. Em alguns produtos, a informação da tabela nutricional não é clara e pode até ser enganosa, como no caso da batata Pringles. De acordo com o levantamento, cada porção da batata contém 0,42 grama de gordura trans. A informação contradiz o que está escrito na embalagem da Pringles, que afirma ser livre do composto.
A gordura trans é uma substância adicionada aos produtos alimentícios pela indústria para promover a melhora de características sensoriais, como a cor, a textura, a aparência e o aroma, e também para aumentar a conservação dos alimentos. Ela está diretamente ligada a problemas de saúde, como colesterol alto, e desde 2008 é combatida pelo Ministério da Saúde, que defende a taxa de 0,2 grama de gordura trans por porção de alimento.
O tamanho dessas porções é determinado pela Anvisa, mas, de acordo com a nutricionista Manuela Dias, da Proteste, "não condiz com o padrão de consumo real dos brasileiros". Por exemplo, a porção estabelecida para biscoitos recheados equivale a duas unidades e meia. Manuela ressalta que é comum o consumidor ingerir um pacote inteiro sem se dar conta.
O fato de estar dentro da legislação permite que a indústria alimentícia indique a "isenção" de gordura trans nas embalagens, prática que se torna nociva aos clientes que acreditam estar adquirindo alimentos menos gordurosos. A Proteste defende que o ideal seria padronizar a quantidade das porções para 100 gramas. Assim, a rosquinha de coco da Mabel, que na porção estabelecida pela Anvisa fica com o índice de 0,15 grama de gordura trans, passaria a indicar 0,5 grama. Ou seja, valor acima do limite, o que obrigaria o fabricante a informar o índice ao consumidor.
Outro dado identificado pela Proteste é a substituição da gordura trans por óleo de palma ou de coco em alguns produtos. "Essa prática é uma jogada de marketing que engana os consumidores", afirma Manuela. Especialistas afirmam que o ideal é que a gordura trans não seja consumida. A Organização Mundial de Saúde recomenda que, caso seja inevitável, não ultrapasse 1% do valor calórico total da dieta diária. A Proteste calcula que, numa dieta de 2 mil calorias, ideal para um adulto, a quantidade de gordura trans ingerida não deve ultrapassar 2 gramas. Ainda de acordo com a pesquisa, se forem ingeridos 100 gramas da batata Pringles, faltará pouco mais de 0,5 grama para atingir o limite sugerido pela OMS.
A nutricionista Manuela Dias recomenda que o consumidor fique atento para os rótulos dos produtos e prefira escolher alimentos frescos sempre que possível. Outra dica é prestar atenção na lista dos ingredientes: eles estão em ordem decrescente, ou seja, o componente que aparece primeiro é o que está em maior quantidade no alimento. Portanto, se o açúcar estiver na frente, o produto tem poucas vitaminas, proteínas e minerais e o consumidor acaba ingerindo apenas gordura. "O ideal seria voltar aos tempos dos nossos avós, quando as pessoas comiam apenas alimentos sem aditivos", diz Manuela.
Data: 20/07/2012
Fonte.: Época
A gordura trans é uma substância adicionada aos produtos alimentícios pela indústria para promover a melhora de características sensoriais, como a cor, a textura, a aparência e o aroma, e também para aumentar a conservação dos alimentos. Ela está diretamente ligada a problemas de saúde, como colesterol alto, e desde 2008 é combatida pelo Ministério da Saúde, que defende a taxa de 0,2 grama de gordura trans por porção de alimento.
O tamanho dessas porções é determinado pela Anvisa, mas, de acordo com a nutricionista Manuela Dias, da Proteste, "não condiz com o padrão de consumo real dos brasileiros". Por exemplo, a porção estabelecida para biscoitos recheados equivale a duas unidades e meia. Manuela ressalta que é comum o consumidor ingerir um pacote inteiro sem se dar conta.
O fato de estar dentro da legislação permite que a indústria alimentícia indique a "isenção" de gordura trans nas embalagens, prática que se torna nociva aos clientes que acreditam estar adquirindo alimentos menos gordurosos. A Proteste defende que o ideal seria padronizar a quantidade das porções para 100 gramas. Assim, a rosquinha de coco da Mabel, que na porção estabelecida pela Anvisa fica com o índice de 0,15 grama de gordura trans, passaria a indicar 0,5 grama. Ou seja, valor acima do limite, o que obrigaria o fabricante a informar o índice ao consumidor.
Outro dado identificado pela Proteste é a substituição da gordura trans por óleo de palma ou de coco em alguns produtos. "Essa prática é uma jogada de marketing que engana os consumidores", afirma Manuela. Especialistas afirmam que o ideal é que a gordura trans não seja consumida. A Organização Mundial de Saúde recomenda que, caso seja inevitável, não ultrapasse 1% do valor calórico total da dieta diária. A Proteste calcula que, numa dieta de 2 mil calorias, ideal para um adulto, a quantidade de gordura trans ingerida não deve ultrapassar 2 gramas. Ainda de acordo com a pesquisa, se forem ingeridos 100 gramas da batata Pringles, faltará pouco mais de 0,5 grama para atingir o limite sugerido pela OMS.
A nutricionista Manuela Dias recomenda que o consumidor fique atento para os rótulos dos produtos e prefira escolher alimentos frescos sempre que possível. Outra dica é prestar atenção na lista dos ingredientes: eles estão em ordem decrescente, ou seja, o componente que aparece primeiro é o que está em maior quantidade no alimento. Portanto, se o açúcar estiver na frente, o produto tem poucas vitaminas, proteínas e minerais e o consumidor acaba ingerindo apenas gordura. "O ideal seria voltar aos tempos dos nossos avós, quando as pessoas comiam apenas alimentos sem aditivos", diz Manuela.
Data: 20/07/2012
Fonte: http://www.rebrae.com.br/conteudo_noticias.php?id=4561
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