quarta-feira, 25 de julho de 2012

Mais da metade da população mundial apresenta intolerância à lactose


A população mundial apresenta percentuais em torno de 70 % de intolerantes à lactose, enquanto no Brasil existem, aproximadamente, 25% de indivíduos com o problema. A intolerância à lactose,que é caracterizada pela dificuldade de absorver o açúcar do leite, a lactose, acomete homens e mulheres, crianças e adultos. “Estudos epidemiológicos apontam para uma prevalência maior entre negros e japoneses”, afirma a nutricionista Andréa Pinto de Almeida, nutricionista fiscal do Conselho Regional de Nutricionistas da 5º Região (Bahia e Sergipe).

Ela explica que, em termos bioquímicos, o que causa a intolerância é a redução da atividade da enzima lactase, responsável por hidrolisar a lactose, carboidrato presente no leite. “A grande preocupação dos especialistas gira em torno da relação entre o consumo do leite e a prevenção de doenças como osteoporose (fator de risco na baixa ingestão de cálcio e diminuição da massa óssea), hipertensão arterial (doença que atinge 10 milhões de brasileiros), câncer de cólon, litíase renal e obesidade”, destaca Andréa.

Como a redução da atividade da lactase se dá com o avançar da idade, existe uma tendência natural ao desenvolvimento dessa intolerância na fase adulta. Em crianças, o percentual da intolerância à lactose é de até 7% em menores de três anos de idade, segundo dados do Ministério da Saúde. Em prematuros nascidos com menos de trinta semanas, os quais são incapazes de produzir a lactase, ocorre a intolerância à lactose congênita, o tipo mais raro. Em crianças a partir de um ano pode ocorrer essa intolerância também, e, como nos adultos, é necessário observar a quantidade da substância que cada organismo aceita, sem causar mal.

É importante mencionar que diversos nutrientes presentes no leite, a exemplo do cálcio, fósforo, manganês, zinco, molibdênio, bromo, vitaminas K e D, os quais contribuem para a boa saúde, seja na formação óssea, manutenção da pressão arterial, etc., podem ser encontrados em outras fontes alimentares e, com ajuda de um bom profissional nutricionista, o paciente facilmente conseguirá balancear sua dieta, evitando sintomas desagradáveis da intolerância à lactose.

Sintomas
Os sintomas comuns da intolerância a lactose são distensão abdominal, irritação intestinal, flatulência (gases), má digestão, diarréia, náuseas e dores abdominais. Os sintomas se intensificam de acordo com a quantidade de lactose ingerida e podem se manifestar minutos ou várias horas após a ingestão da lactose.

Segundo a nutricionista Andréa Pinto de Almeida, é importante perceber a quantidade da lactose que o organismo aceita, para saber se em algum momento será possível voltar a consumir leite e seus derivados sem prejuízos ao organismo. “Pode ser necessária a introdução de suplementos de cálcio se houver restrição severa ou completa de leite e seus derivados”, declara.

Existem três maneiras da intolerância à lactose se desenvolver. Uma delas é a hipolactasia primária do tipo adulta, na qual há um declínio, geneticamente determinado, os níveis dessa enzima a partir dos 2 ou 3 anos de idade. Os sintomas da Intolerância à Lactose que decorrem desse declínio podem se tornar mais evidentes durante a adolescência ou na fase adulta.

A hipolactasia secundária também pode causar a intolerância à lactose. Resultante de doenças gastrointestinais, ela pode vir acompanhada de fortes dores, resultantes da inflamação ou até mesmo da deterioração de alguns dos órgãos do sistema digestivo. Essas situações são raras e os sintomas podem ser reversíveis e transitórios. O diagnóstico só pode ser confirmado mediante cuidadosa análise dos antecedentes do paciente, considerando que mediante a uma simples consulta não se pode diagnosticar com precisão a intolerância.

A alactasia congênita, total ausência de lactase, é comum em prematuros nascidos com menos de trinta semanas, os quais são incapazes de produzir a lactase. Neste caso, ocorre intolerância à lactose congênita, o tipo mais raro.

Em relação ao tratamento, geralmente, com a diminuição ou a remoção de produtos lácteos da dieta há melhora dos sintomas. A maioria das pessoas com baixos níveis de lactase pode tolerar de 55 a 115 gramas de leite de uma só vez (até meia xícara) sem ter sintomas. Porções maiores (225 gramas) podem causar problemas para pessoas com deficiência de lactase.

APLV

Como alguns sintomas da intolerância à lactose são muito semelhantes aos da alergia à proteína do leite de vaca (APLV), é de suma importância diferenciar um do outro. O diagnóstico correto de cada um desses problemas é imprescindível na medida em que os tratamentos são diferentes. De maneira prática, uma diferença entre elas é que a APLV, como sua própria denominação sugere, diz respeito a uma reação alérgica determinada por mecanismos imunológicos.

Tratamento
Andréa Almeida explica que no caso da intolerância à lactose, o tratamento é realizado basicamente pelo monitoramento da dieta, evitando-se alimentos lácteos. Alguns testes diagnósticos podem ser efetuados, como os testes de tolerância à lactose, em que a lactose é injetada na veia e se verifica, posteriormente, os níveis de glicose no sangue. Ou, após ingestão de lactose, observa-se de maneira indireta a quantidade de hidrogênio na respiração. Em crianças, após a ingesta de lactose, os ácidos produzidos e os açúcares alteram o PH e a coloração das fezes. “Além desses testes, a observação dos limites de cada um para a ingestão de leite e seus derivados é sempre de grande valia”, ressalta.

Para o conforto dos intolerantes à lactose existem alternativas, como o leite tratado com lactases, que tem baixo teor de lactose, enquanto aos mais intolerantes o leite de soja é um bom substituto. A utilização do leite de soja é interessante à medida que fornecerá nutrientes semelhantes ao encontrada no leite de vaca, sendo eficaz para os indivíduos mais intolerantes à lactose.



Data: 20/07/2012 
Fonte.: CRN 5



Fonte: http://www.rebrae.com.br/conteudo_noticias.php?id=4560

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