O grupo O negativo é
doador universal? As pessoas do grupo AB podem receber sangue de todos os
grupos e só doar para seu próprio? Mergulhamos na hematologia através de um
especialista do Centro de Transfusão da Cruz Vermelha, que nos explica as
características dos diferentes grupos sanguíneos.
O sangue
se divide em glóbulos vermelhos, plasma e plaquetas. Os glóbulos vermelhos são
células em cuja membrana há uma série de proteínas com diferentes funções.
Algumas destas proteínas determinam o grupo sanguíneo. Têm muitos variantes e
cada variante é um sistema de grupos sanguíneos. Há mais de cem, mas os mais
importantes são o sistema ABO e o sistema Rh.
O sistema
ABO foi o primeiro a ser descoberto. Foi Karl Landsteiner em 1901 e por este
trabalho recebeu o prêmio Nobel de Medicina em 1930. O cientista austríaco
assinalou que existiam quatro grandes grupos sanguíneos: A, B, AB e O.
O
antígeno que determina o grupo sanguíneo de uma pessoa está nos glóbulos
vermelhos enquanto no plasma há anticorpos que reagem contra os antígenos de
outros grupos.
"O grupo A tem
anticorpos anti-B. Desta maneira, se a uma pessoa do grupo A receber sangue do
grupo B, terá uma reação muito grave", explica Emma Castro,
diretora-gerente de Centro de Transfusão de Cruz Vermelha em Madri, Espanha.
"Além
disso, as pessoas com sangue do grupo B têm anticorpos anti-A. As do grupo O,
por sua vez, contam tanto, com anticorpos anti-A como com anticorpos anti-B, de
tal modo que não podem receber sangue A, B nem AB", comenta a
especialista.
Mas no
caso do grupo AB, como tem os dois antígenos, em seu plasma não há anticorpos
anti-A nem anti-B. "Por isso o das pessoas AB é o plasma compatível
universal. Podem transfundir com grande segurança para todos os grupos. De
fato, é o plasma mais utilizado em emergências, quando não se conhece o grupo
sanguíneo do paciente", acrescenta a especialista.
"Em
épocas passadas se cunhou a ideia de que o doador universal era O negativo.
Isto era certo quando se fazia transfusão de sangue em sua totalidade. Mas
agora o sangue é dividido em seus componentes e para cada paciente damos só o
que precisa: plaquetas, plasma ou glóbulos vermelhos. Por isso, o que temos que
olhar é a compatibilidade de cada componente", assinala Emma.
Deste modo, o doador
universal de glóbulos vermelhos é o grupo O negativo, mas o doador universal de
plasma é o AB. Além do ABO, o outro grande sistema de grupos sanguíneos é o Rh.
Tem vários antígenos, mas o fundamental é o D. Quem o tem é Rh positivo e quem
não o possui é catalogado como Rh negativo.
"No
sistema Rh não há anticorpos frente aos antígenos que não se tem. Estes só são
produzidos após uma transfusão ou de uma gravidez", diz a médica. Deste
modo, se uma mulher com grupo Rh negativo fica grávida de um homem Rh positivo
e seu bebê é Rh positivo, na primeira gravidez não costuma acontecer nada. No
entanto, se fica grávida de novo, pode ter muitos problemas.
"Por
isso é fundamental transfundir para as mulheres do grupo Rh negativo sempre
sangue Rh negativo", comenta a especialista.
As
transfusões sanguíneas salvam muitas vidas. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) considera que "cada doador de sangue é um herói".
Emma
afirma que se precisa de sangue todos os dias e assinala que temos que ser
conscientes de que todos podemos necessitá-lo alguma vez.
Fonte: http://noticias.br.msn.com/mundo/aprenda-o-be-a-b%C3%A1-do-sangue-o-l%C3%ADquido-da-vida?page=0
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