Sabe-se que o consumo de uma alimentação balanceada desde a infância favorece a
saúde, o crescimento físico e o desenvolvimento intelectual por toda a vida. Um
dos objetivos do PNAE é justamente contribuir para com o crescimento e o
desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a
formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos. A fim de que esse objetivo
seja cumprido, a Resolução CD/FNDE nº 38 determina que os cardápios da
alimentação escolar sejam “elaborados pelo nutricionista responsável, com
utilização de gêneros alimentícios básicos, respeitando-se as referências
nutricionais, os hábitos alimentares, a cultura alimentar da localidade,
pautando-se na sustentabilidade e diversificação agrícola da região e na
alimentação saudável e adequada”.
Para que o modo como executam o PNAE fosse avaliado da
forma mais abrangente possível, as prefeituras inscritas na 9ª edição do Prêmio
Gestor Eficiente da Merenda Escolar deveriam enviar, junto com seu Formulário de
Inscrição, o cardápio que executaram na última semana de setembro de 2011 nas
escolas de Ensino Fundamental regular, de tempo parcial, no período da manhã.
Todos os 571 cardápios enviados passaram por uma análise qualitativa.
Com informações levantadas a partir dessa análise,
montamos uma série de três posts, na qual apresentaremos fatos curiosos e
instigantes a respeito desses cardápios. Neste primeiro post, trazemos a público
uma lista com nove alimentos que, apesar de suas qualidades, são poucos
ofertados na alimentação escolar. São eles:
- Acerola: Fruta típica da Região
Nordeste, a acerola alcançou destaque nacional a partir da constatação de seus
altos teores de vitaminas C. Ideal para fazer suco, é pouco ofertada na
alimentação escolar.
- Cupuaçu: Originário da região
amazônica, o cupuaçu tornou-se conhecido por sua polpa cremosa e de sabor
exótico. Possuidor de vários benefícios para a saúde e costuma ser ofertado como
suco.
- Pequi: Nativo do cerrado e muito
utilizado na culinária do Nordeste, Centro-Oeste e norte de Minas, o pequi tem
um sabor marcante e peculiar e costuma ser consumido com arroz, frango ou
feijão. Esse alimento apareceu num único cardápio analisado – o de Guarantã do
Norte (MT).
- Feijão fradinho, de corda ou macassar:
De sabor e aparência peculiares, o feijão fradinho, de corda ou
macassar é uma iguaria comum na região Nordeste, mas pouco presente na
alimentação escolar.
- Maxixe: Hortaliça tradicional da
Região Nordeste, o maxixe ainda é pouco conhecido nas demais regiões, o que
talvez justifique seu fornecimento em pequena escala na alimentação escolar.
- Taioba: Apesar de ser saborosa e
rica em vitaminas A, a taioba é uma hortaliça que se tornou raridade no prato
dos brasileiros e, consequentemente, nos cardápios da alimentação escolar. Esse
alimento foi identificado em cardápios de três municípios capixabas: Cachoeiro
de Itapemirim (ES), Dores do Rio Preto (ES) e Vargem Alta (ES).
- Bacaba: Fruto nativo da Amazônia, a
bacaba tem grande concentração proteica, mas ainda é praticamente desconhecida
dos brasileiros. Esse alimento apareceu num único cardápio analisado – o de
Guarantã do Norte (MT).
- Castanha do Brasil: Oleaginosa
nativa da Região Norte, a Castanha do Brasil tem alto teor calórico e proteico,
mas, apesar de seus benefícios, ainda é pouca consumida pela população. É
ofertada por São Bernardo do Campo (SP) e Capanema (PA).
- Jopará: Mistura de verduras, feijão
tropeiro, milho e carnes diversas, o jopará é uma preparação típica dos índios
guaranis do Paraguai, que a consomem para espantar os males. Essa preparação foi
constada em dois cardápios indígenas - Guarantã do Norte (MT) e Paranhos
(MS).
Há ao menos três hipóteses que podem justificar a
oferta em pequena escala: (1) uma parcela desses alimentos é desconhecida ou não
faz parte do hábito alimentar da maior parte da população brasileira; (2) por
algum motivo, alguns desses alimentos foram “esquecidos” pelos brasileiros,
deixando de marcar presença em suas refeições; (3) esses alimentos têm um custo
alto.
Vale destacar que uma alimentação escolar diversificada
permite que crianças e adolescentes conheçam gêneros alimentícios diversos e
desenvolvam novos hábitos alimentares, que podem ser levados por toda a
vida.
Fonte: Ação Fome Zero
Nenhum comentário:
Postar um comentário