sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Cardápios da Alimentação Escolar: Curiosidades (Parte 1) “Prêmio Gestor Eficiente da Merenda 2012”



Sabe-se que o consumo de uma alimentação balanceada desde a infância favorece a saúde, o crescimento físico e o desenvolvimento intelectual por toda a vida. Um dos objetivos do PNAE é justamente contribuir para com o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos. A fim de que esse objetivo seja cumprido, a Resolução CD/FNDE nº 38 determina que os cardápios da alimentação escolar sejam “elaborados pelo nutricionista responsável, com utilização de gêneros alimentícios básicos, respeitando-se as referências nutricionais, os hábitos alimentares, a cultura alimentar da localidade, pautando-se na sustentabilidade e diversificação agrícola da região e na alimentação saudável e adequada”.
Para que o modo como executam o PNAE fosse avaliado da forma mais abrangente possível, as prefeituras inscritas na 9ª edição do Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar deveriam enviar, junto com seu Formulário de Inscrição, o cardápio que executaram na última semana de setembro de 2011 nas escolas de Ensino Fundamental regular, de tempo parcial, no período da manhã. Todos os 571 cardápios enviados passaram por uma análise qualitativa.
Com informações levantadas a partir dessa análise, montamos uma série de três posts, na qual apresentaremos fatos curiosos e instigantes a respeito desses cardápios. Neste primeiro post, trazemos a público uma lista com nove alimentos que, apesar de suas qualidades, são poucos ofertados na alimentação escolar. São eles:
- Acerola: Fruta típica da Região Nordeste, a acerola alcançou destaque nacional a partir da constatação de seus altos teores de vitaminas C. Ideal para fazer suco, é pouco ofertada na alimentação escolar.
- Cupuaçu: Originário da região amazônica, o cupuaçu tornou-se conhecido por sua polpa cremosa e de sabor exótico. Possuidor de vários benefícios para a saúde e costuma ser ofertado como suco.
- Pequi: Nativo do cerrado e muito utilizado na culinária do Nordeste, Centro-Oeste e norte de Minas, o pequi tem um sabor marcante e peculiar e costuma ser consumido com arroz, frango ou feijão. Esse alimento apareceu num único cardápio analisado – o de Guarantã do Norte (MT).
- Feijão fradinho, de corda ou macassar: De sabor e aparência peculiares, o feijão fradinho, de corda ou macassar é uma iguaria comum na região Nordeste, mas pouco presente na alimentação escolar.
- Maxixe: Hortaliça tradicional da Região Nordeste, o maxixe ainda é pouco conhecido nas demais regiões, o que talvez justifique seu fornecimento em pequena escala na alimentação escolar.
- Taioba: Apesar de ser saborosa e rica em vitaminas A, a taioba é uma hortaliça que se tornou raridade no prato dos brasileiros e, consequentemente, nos cardápios da alimentação escolar. Esse alimento foi identificado em cardápios de três municípios capixabas: Cachoeiro de Itapemirim (ES), Dores do Rio Preto (ES) e Vargem Alta (ES).
- Bacaba: Fruto nativo da Amazônia, a bacaba tem grande concentração proteica, mas ainda é praticamente desconhecida dos brasileiros. Esse alimento apareceu num único cardápio analisado – o de Guarantã do Norte (MT).
- Castanha do Brasil: Oleaginosa nativa da Região Norte, a Castanha do Brasil tem alto teor calórico e proteico, mas, apesar de seus benefícios, ainda é pouca consumida pela população. É ofertada por São Bernardo do Campo (SP) e Capanema (PA).
- Jopará: Mistura de verduras, feijão tropeiro, milho e carnes diversas, o jopará é uma preparação típica dos índios guaranis do Paraguai, que a consomem para espantar os males. Essa preparação foi constada em dois cardápios indígenas - Guarantã do Norte (MT) e Paranhos (MS).
Há ao menos três hipóteses que podem justificar a oferta em pequena escala: (1) uma parcela desses alimentos é desconhecida ou não faz parte do hábito alimentar da maior parte da população brasileira; (2) por algum motivo, alguns desses alimentos foram “esquecidos” pelos brasileiros, deixando de marcar presença em suas refeições; (3) esses alimentos têm um custo alto.
Vale destacar que uma alimentação escolar diversificada permite que crianças e adolescentes conheçam gêneros alimentícios diversos e desenvolvam novos hábitos alimentares, que podem ser levados por toda a vida.

Fonte: Ação Fome Zero

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