quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Cardápio da alimentação escolar foi tema de oficina no Conbran



A atuação do nutricionista na Alimentação Escolar, com enfoque em cardápios, tratada na oficina organizada pela Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (COSAN/PNAE/FNDE) e realizada durante o Congresso Brasileiro de Nutrição (CONBRAN 2012), em Recife/PE, suscitou ao final das apresentações dos temas relacionados, a uma reflexão sobre o papel do profissional, assim como a necessidade de se aumentar o quadro de nutricionistas do PNAE nos estados e municípios brasileiros.
Em sua fala de abertura, a Coordenadora da Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional do PNAE (COSAN), Rosane Nascimento, disse que além de favorecer a troca de informações, a oficina também apontaria estratégias para aperfeiçoamento da prática dos nutricionistas que devem buscar ferramentas para que ela se dê de forma efetiva e possa corresponder ao que se espera de sua atuação no PNAE.
Lorena Chaves, da Coordenação Técnica de Alimentação e Nutrição do FNDE, apresentou a análise de pareceres de cardápios realizada nos anos de 2011 e parte de 2012 e, que apontou aumento da oferta de hortaliças aos estudantes em algumas regiões, sendo que em 2011, de acordo com levantamento feito pelo Centro Colaborador em Alimentação Escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Cecane UFRGS), apresentado pela nutricionista Rafaela, o consumo anual per capta de frutas e hortaliças preconizados pela Resolução 38 do FNDE é de 135 gramas e a constatação é a de que dos cardápios pesquisados 10,3% não apresentavam vegetais não folhosos e 56,6% apresentavam vegetais folhosos. Segundo Lorena Chaves, os dados apresentados representam uma amostra pequena do monitoramento feito pela COSAN, porém muito significativa do que está sendo colocado em práticas nesses cardápios.
O Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília mostrou as principais atividades no âmbito do Projeto Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia que refletem a elaboração de cardápios pelos nutricionistas. Segundo Nádia Nunes, coordernadora executiva do projeto, nas formações do PEHEG realizadas partir de abril deste ano, muitos municípios estão elaborando novos cardápios com a participação de toda a comunidade escolar, que além de seguir a regulamentação estabelecida pela resolução do FNDE no que diz respeito aos valores nutricionais, valorizam os hábitos alimentares regionais, a apresentação dos pratos e a sustentabilidade da alimentação escolar.
Em sua análise sobre os dados de visitas de fiscalização realizados no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar, Nina da Costa Correa, do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), revelou a necessidade de uma maior orientação ao nutricionista quanto aos aspectos de seu trabalho que envolve a responsabilidade do gestor, que é oferecer condições para que o nutricionista desenvolva a Alimentação Escolar de acordo com o que está estabelecido no PNAE.
O Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar da Universidade Federal da Bahia (Cecane UFBA) fez uma prática sobre a elaboração de cardápios com os nutricionistas presentes, quando se pode verificar que estabelecer um cardápio é muito mais que elaborar um menu. Há necessidade de se conhecer a região onde a escola está inserida, os hábitos alimentares, a faixa etária, as restrições alimentares, o quadro nutricional e perfil antropométrico dos estudantes.
Segundo Rosane Nascimento, responsável pela oficina, o cardápio representa a capacidade do profissional de nutrição articular a parte de gestão do Programa, aquisição de gêneros e com a agricultura familiar, buscando se aproximar cada vez mais da legislação da PNAE.
No fechamento da oficina, a mediadora dos trabalhos, Fátima Santana, chamou a atenção para a necessidade do nutricionista buscar seu empoderamento, valorizando seu trabalho, ao mesmo tempo que os órgãos de fiscalização devam apontar também as causas do não cumprimento das atribuições do nutricionista no PNAE, como a deficiência, ainda, do número de nutricionistas por número de alunos.

Fonte: REBRAE

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